quarta-feira, 16 de abril de 2014

Granada - Capital da Andaluzia

Aos pés da Serra Nevada fica Granada, local que marcou o fim do domínio islâmico na Península Ibérica e cuja influência árabe é ainda hoje marcadamente sentida no pulsar da cidade...


Viagem: Granada fica a uma "curta" viagem de 4 horas de carro de Faro, passando por Sevilha. Assim, se tal como nós, aproveitarem para fazer uma - ainda que curta - paragem por Sevilha, a distância "encurta" consideravelmente.

Alojamento: Optámos por ficar no centro da cidade, junto à Catedral, o que, deixando o carro estacionado num dos parques existentes no centro, nos permitiu aproveitar a cidade da melhor forma possível, a pé! (Room Mate Leo foi a nossa opção, mas há uma grande oferta de hoteis, hosteis e estalagens).


Como chegámos ao início da noite, o primeiro dia serviu apenas para nos deliciarmos com umas tapas e explorarmos um pouco...


Na manhã seguinte, aproveitámos para visitar a Catedral, de estilo  renascentista, onde, à saída, fui brindada com uma "praga" lançada de forma hipnótica por uma senhora a quem me recusei pagar por uns ramos de alecrim que, inavertidamente, aceitei segurar...

O resto da manhã foi passada a caminhar pelas sinuosas ruas, por entre casas caiadas de branco, deliciada pela arquitectura de influência árabe e andaluz que dá à cidade um encanto e um ar de "mil e uma noites"...





O caminho levou-nos ao incontornável Miradouro de San Nicolas onde, para além da vista magnífica sobre a cidade, vislumbrámos pela primeira vez o "ex libris" de Granada e um dos motivos que nos fez empreender a viagem, os magníficos palácios de "Alhambra", considerados por alguns como umas das 10 maravilhas do mundo...

 

Granada tem um encanto especial, resultado da miscelânea de culturas e de povos, onde vivem e convivem muçulmanos, católicos, ciganos, estudantes e turistas...



Acabámos por ir parar aos hipnóticos Bairros de Albaicín e Realejo, onde as cores, os cheiros, os sons, tudo nos leva a uma doce confusão dos sentidos...




Por que como dizia Jorge Oteiza "Con Granada se despiertan los sentidos más dulces. La vista, el oído, el tacto y sobretodo el dulce gusto por todo."

Nota: Para a próxima fica um post dedicado em exclusivo aos magníficos palácios de Alhambra.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Algarve - Ilha do Farol

Para comemorar o dia maravilhoso que se faz sentir lá fora, nada melhor do que dar um saltinho ao livro das memórias e recuperar uma das minhas favoritas...


A Ilha do Farol, mesmo aqui ao pé de Faro, é um daqueles sítios especiais, um paraíso mesmo ao lado de casa...

 
E por isso, já anseio pelo regresso dos dias quentes, em que as viagens são mais curtas mais igualmente inesquecíveis...


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Irlanda do Norte - Nevão em (London)Derry


Alojamento - http://www.roseparkhouse.com/gallery/ um excelente Bed & Breakfast, com um serviço fantástico, por apenas £ 50 (quarto duplo, com pequeno almoço).


Chegámos a Derry já a noite ia avançada, depois do primeiro grande nevão da época, por isso, aproveitámos apenas para jantar e terminar a noite da forma mais quente possível, ao som do ritmo contagiante de música irlandesa, acompanhados pela incontornável Guiness...
 

 
Na manhã seguinte, acordámos no meio de um nevão (para quem não está habituado a ver nevar, foi uma experiência memorável) e de uma cidade praticamente deserta (como era domingo, quem não estava em casa à lareira, estava na missa...)


 
Nessa manhã sentiu-se um pouco mais de paz e silêncio do que o normal.... O efeito branco e gelado da neve levou a que os segundos demorassem mais a passar e viveu-se uma calma que quase nos levou a sussurrar numa cidade praticamente deserta...

 
Caminhámos enquanto nos foi possível para absorver a experiência ao máximo, mas acabámos  por ter que ceder ao frio e procurar refúgio num dos (poucos) cafés abertos, junto ao obelisco do War Memorial...
 
Uma da principais atracções turísticas da cidade são as suas muralhas (muito bem preservadas)...
 
 
 
... que oferecem uma vista magnifica da cidade!
 
 
Depois da tempestade vem a bonança... Assim, acabámos por ser presenteados por um belo céu azul que deu à cidade um encanto impossível num qualquer outro dia...
 



A visita a Derry não está completa sem uma passagem pelo bairro católico, palco do infeliz evento conhecido como "Bloody Sunday" (consultar post anterior)...


Os seus murais permitem-nos perceber o quão marcado o conflito ainda se encontra na memória de todos...



No final, apesar do pouco tempo que ali estivémos, voltei com a sensação que Derry tem ainda um longo caminho de reconciliação pela frente, com a história e consigo mesma...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Irlanda do Norte - (London)Derry

Para perceber uma terra manchada pelo sangue, onde nem sequer o seu nome é consensual, e que foi palco de violência ao longo das últimas décadas, é preciso, antes, conhecer um pouco da sua história... 
 
 
I can't believe the news today
I can't close my eyes and make it go away
How long, how long must we sing this song?
How long, how long?
'Cos tonight
We can be as one, tonight
 
Broken bottles under children's feet
Bodies strewn across the dead-end street
But I won't heed the battle call
It puts my back up, puts my back up against the wall
 
Sunday, bloody Sunday
Oh, let's go!
 
And the battle's just begun
There's many lost, but tell me who has won?
The trenches dug within our hearts
And mothers, children, brothers, sisters torn apart
 
Sunday, bloody Sunday
 

Corria o mês de Janeiro de 1972 quando a cidade de Londonderry, ou Derry para os separatistas, foi palco do massacre de 14 irlandeses católicos desarmados que se manifestavam contra a política do governo norte-irlandês de prender sumariamente pessoas suspeitas de actos terroristas.

 
... o massacre ficou conhecido como "Bloody Sunday" e marcou o início daquilo a que os irlandeses do norte chamam de "The Troubles", uma escalada da onda de violência de ambos os lados do conflito...
 

A crescente repressão das autoridades levou a um aumento exponencial do apoio ao IRA por parte da minoria católica. Em resposta, o governo norte-irlandês adoptou medidas drásticas em relação à população católica, invadindo os seus bairros à procura de paramilitares, promovendo prisões arbitrárias, muitas vezes seguidas de interrogatórios que incluiam verdadeiras sessões de tortura...

Assim, sob o tempero da intolerância religiosa, os confrontos armados entre protestantes e católicos continuaram...
 
...tendo a luta armada apenas terminado em 2005.
 
Hoje vive-se uma aparente paz que não esconde o conflito latente que se respira a cada esquina...